quarta-feira, 11 de maio de 2016

E o "romance" continua...

Mais uma noite em que vais gemendo, já nem sei porquê. Estás a tomar antibiótico... Não está a funcionar? dá-te assim tanta má disposição? Numa noite não te deixo vestido com tanta roupa, "deve ter calor". Na outra volto a vestir-te mais, "se calhar tem frio". Na outra ainda ponho-te um gel nas gengivas, "são os 2 dentes que estão agora a nascer". E as noites sucedem-se, os gemidos, o desconforto, e com isso a minha preocupação, as voltas na cama. E hoje acordas sem a tua boa disposição matinal. Resmungas, choramingas, passas do estado alegre ao da choradeira, queixas-te de qualquer coisa que não sei o que é. Não te compreendo. Queria tanto que me dissesses o que se passa.
Vejo o teu desconforto, na escola também vêem o teu desconforto. Mas continuas sem febre. Mas continuas queixoso.
Deixo-te na creche com o coração feito em mil pedaços e a bater forte. Olhas para mim resignado, já nem choras, já sabes que não volto atrás, já sabes que te deixo ali e só volto mais tarde, bem que podes chorar que não adianta. Ainda tenho na minha mente o teu olhar pálido, quase sem expressão, resignado. Estas obrigações do ter de ir trabalhar no matter what deviam ser abolidas. Ninguém devia ter de abandonar os filhos quando se sabe que eles não estão bem, não há sentimento pior. Devíamos poder dizer (e fazer): hoje fico em casa porque a minha criança precisa de mim. Ontem quando o fui buscar ficou como novo, estava contente, no carro "falava" comigo, às vezes também acho que tem saudades. Mas depois da euforia do vieste buscar-me! lá volta a choradeira sem razão aparente, as queixas. E fico eu "rezingona", com menos paciência para o M. (esta semana anda um bocado negligenciado...), irritada com o T.
Diz-me o que tens batatinha fofo, que esta incógnita está a matar-me...

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