quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Baptizado

O nosso lindo P. vai ser baptizado. Vai ser uma coisa simples e bonita, sem pretensões, só para a família, igreja seguida de um almoço de convívio. Para mim o baptizado é um momento espiritual, seja muito ou pouco católica. É daqueles momentos em que rezamos e esperamos que a partir daí haja algo, alguma entidade, neste caso Deus, ou o universo, já peço a tudo, que proteja a pessoa.
Gostei muito de baptizar o M., comovi-me. Espero gostar igualmente de baptizar o P. também.

Mas então... porque me infernizas a vida? Porque transformas uma altura que devia ser feliz, uma altura em que quero fazer as coisas de modo relaxado e a meu gosto, numa altura cheia de stress e tentativas de imposição da tua vontade?

Deixa-me esclarecer: não é o teu filho que vai ser baptizado, é o nosso.
Já tiveste o teu momento de vestir o que querias e ter os vários salamaleques que achas importantes para os teus filhos. Foi ao teu gosto, não foi? Então porque não, simplesmente, aceitar que os outros têm um gosto diferente do teu? Porque não aceitar que tudo ficará bem e estará bem, porque afinal o que interessa é a parte espiritual do evento?

Ou não?
Ou afinal são só as vestimentas dos convivas, o décor do sítio, a vestimenta do P. ....
Porque dizes mal de tudo e de todos?
Porque raio lutas tanto para estar de bem e zen com a vida, mas no fim é a coisa que não estás mesmo?
Não te sentes agradecida com nada. Se te damos um presente, perguntas porque não recebeste dois. Poderia dar mil exemplos, mas seria dar demasiada importância ao assunto.
Não te entendo. E cada vez te entendo menos. Não percebo as tuas prioridades, o teu modo de ver as coisas.
Cada vez mais quero distância. Preferia o oposto. Preferia a entreajuda, a proximidade, a cumplicidade, preferia sentir outro tipo de amor... Mas da tua parte não tenho nada disso. Pergunto-me se alguém tem.
Prejudicas a nossa harmonia e às vezes detesto-te por isso.
Às vezes é tão difícil...

Se há dias em que sinto uma raiva desmedida, há outros em que simplesmente me sinto triste e desgastada. Deixas-me ansiosa por antecipação.
Sinto-me triste por sentir que parte dos preparativos para um evento tão familiar, e supostamente unido, já não estão a ser tão felizes. Sinto-me triste por saber que nas minhas costas dizes mal, quando na verdade deverias ser tu a principal a proteger-nos e respeitar-nos.
Mas tudo revolve à tua volta, não é? ao teu umbigo, desejos e manias
.
Estou triste porque sei que no dia H vais andar a cochichar maldosamente.
Espero sinceramente estar acima disso e sentir-me acima disso, cheia de boas energias.

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