quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Festa de Natal

Ontem foi dia de festa na escola nova do M. Como era de esperar foi uma coisa muito maior do que era na antiga escola, que era pequena. Muitos miúdos de muitas turmas para cantar e dançar. Imensos pais e famílias a ver. E o M., coitado, lol, muito inibido por causa da multidão. Sempre a morder o lábio e a fazer a sua coreografia. Definitivamente multidões e exibição pública não são o seu forte :) Lá esboçou um sorriso no final da atuação quando começou a ver a cara conhecida do pai e dos avós. Eu cá atrás ansiosa por lhe dar um abracinho, impossível aproximar-me sem que alguém desse um empurrão ao carro do bebé. Por isso aguardei pacientemente que viessem ter comigo. E depois o stress de sempre nesta "família das fotografias": foto para aqui e para ali, muitos flashes, muitos "sorri rapaz, que cara é essa, sorrrriiiiiii" e ele ainda mais introvertido. Quando se aproximou de mim só me disse: "mãe podes-me tirar isto" (o fato de árvore de natal que fiz para a festa). Mas qual quê, foto para aqui e foto para ali.
Atenção, eu gosto de fotografias, tanto de fotografar como de ser fotografada. Mas estarmos a ter de forçar sorriso para 500 mil fotos... é dose. Vale ao M. ter uns pais descontraídos e que não o forçam a ser o que não é. Se preferia que estivesse ao rubro como vi alguns miúdos lá, preferia. Não há uma única imagem sem ele a morder os lábios e com ar de que quer mas é sair dali lol. Mas é o que é. E mais tarde quando revirmos as fotografias, vamo-nos rir :)
Depois tirámos-lhe o fato e era vê-lo livre que nem um passarinho a correr pelo espaço e a fazer as suas parvoíces.
E é assim :)

E continuo a adorar isto!

Esta última temporada é simplesmente fantástica. Não passo um episódio sem ficar colada ao ecrã e com o coração a bater. A série tem vindo definitivamente a melhorar e esta temporada (a quarta) é a melhor até agora. Não tenho muito tempo livre para ver TV, mas sempre que tenho um tempinho é Homeland e Ressurection para cima (esta última tem alguma piada, nada de extraordinário mas o certo é que lá vou vendo). O Mr. Selfridge também tem um lugar especial no meu coração :D A vida do homem é incrível. Faz-me pensar na quantidade de histórias por contar sobre tanta gente que mudou o mundo (seja em que área for).
Bom,  afinal até vejo alguma televisão ahahaha...

Colo e o Amor

Leio em todos os livros de bebés: não adormecer os bebés ao colo. Ficam com associação errada do sono, etc. E assim, tal como acontecia com o M., tento fazê-lo o menos possível. Ontem o P. fez 3 meses e desde há 1 semana ou mais que comecei a tentar "impor" regras de sono, seguindo um livro que me safou bem com o M. (este). O curioso é que já estou a ver alguns resultados.

Mas este post não é sobre isso. Pelo menos não exactamente. O que acontece é que, pelo menos no meu caso, mal dou colo ao meu bebé ele aconchega-se imediatamente e fecha os olhos. E... é tão bom. Sentir aquele ser regalado nos nossos braços é do melhor que há. Não o adormeço de propósito. Simplesmente ele é que fica tão mole que adormece. E quando não o faz fica com ar preguiçoso de quem está a curtir a coisa. Tento deitá-lo com sono ainda leve. Penso que sabe quando está a ser deitado na cama. Não fico horas com ele ao colo (até porque começa a retorcer-se e vejo que o melhor é deitá-lo na cama). Mas apercebi-me que quase de certeza ele será o meu último bebé e quero esticar estes momentos o mais possível. Comovo-me até à lágrimas quando vejo aquela carinha a dormir, concentrada, e a dar longos suspiros no meu colo. Percebo a ideia dos livros e até certo ponto concordo. Mas dar colo a uma criança e deixá-la mimar-se nos nossos braços, e dormir uma soneca ali é amá-la. É criar espaço para os tais momentos de intimidade. É deixá-la passar a sua mãozinha lentamente no nosso braço, enquanto amolece. É deixá-la sentir o nosso calor e nós o dela (e é tão bom sentir aquele corpinho quente). É uma partilha. É amor. É quando nos damos incondicionalmente e sabemos que não estamos a perder o nosso tempo ao olhar durante horas a nossa criança e beber todos os seus traços. Dar colo, deixar um bebé adormecer aí é dar-lhe segurança e amor. E isso não sei porquê os livros não dizem. Só nos fazem sentir culpadas e quase que esperar um futuro sem horas de sono por causa disso.
O que importa é o equilíbrio. Entre o criar "bons hábitos" e o dar Amor na versão colo.
Mas dar amor é muito bom. E por isso pretendo dar colo e deixar o P. aninhado em mim o tempo que quiser e que eu puder (não posso ficar sentada o dia todo lol há coisas a fazer).

E viva o colo e o amor que assim passamos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Ai a honestidade das crianças...

(M. enquanto eu o secava depois do banho)

Começa-me a fazer cócegas e a fingir que me batia. E a certa altura pára ao colocar as mãos na minha barriga:

- Mãe!!!.... tens um bebé na barriga??

Oh God...

- Não! Porquê?

- Mas a barriga tá grande... E começa a tocar-me na barriga e levanta a camisola para ver melhor.

- Pois, é porque a barriga ainda não voltou ao normal depois de o maninho estar cá fora.

- Barriga gordaaaaaaaa!! barriga gordaaaaaaa!!!

(e desata a dar pancadinhas lá, a rir, e a dizer o que lhe digo quando come muito e está de pança cheia)

Ai...as crianças dizem sempre a verdade, não é? Acho que vou ter de parar de comer porcarias e começar é a fazer exercício :P

Sobrevivi!

E assim foi: passada quase 1 semana, sozinha em casa com 2 crianças, sobrevivi! lol Tive grande ajuda da mamãe (nem sei o que faria com o M. sempre a querer que eu brincasse com ele e lhe desse muita atenção) e passei muita noite mal dormida. Mas já passou e já posso respirar fundo :D

Ganhei, no entanto, profundo respeito pelas mães solteiras de 2 crianças! Já tinha respeito pelas mães solteiras, ponto. Mas ter de cuidar sozinha de 2 maçaricos é obra!

Respect! ;)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O dia da nuvem negra...

Hoje apetece-me deitar tudo pelos ares. Rifar o mundo por assim dizer, zangar-me com este estilo de vida que não nos permite gozar a família ou os amigos, ou até gozar o nosso próprio tempo.
Comecei o dia com a notícia de que ia ficar sem mais uma colega. Tudo a rumar para ventos mais favoráveis porque esta casa está gasta. Vou ficar sem um dos meus grandes apoios, sem a minha parceira de risos e fofocas, sem aquela que aliviava o ambiente sempre que havia tensão. Vou voltar mais triste e menos sorridente...

E depois este ritmo de vida idiota e frustrante... A sério que até sou uma moça agradecida por tudo o que tenho. A sério que sou. A sério que até acho que tenho alguma qualidade de vida e sou profundamente agradecida por isso. E tenho uma família linda e com saúde, e com quem me divirto.

Mas ultimamente fico frustrada com a correria dos nossos dias. Passo o dia a cuidar de um bebé lindo que me dá o trabalho normal que os bebés dão, e com saudades de ver todos em casa e de partilhar o resto do meu dia. Mas esses momentos são tão, mas tão curtos que começo a andar frustrada.

Que vida é esta que temos neste país, em que mal se chega a casa é uma correria imensa para, no fundo, acabar o dia? Os meus seres queridos chegam a casa a partir das 18h30/19h. Isto porquê? porque o pai trabalha em Lx, onde demora 1h30 por vezes a chegar a casa (e a ir de manhã para o trabalho) e ir buscar o mais velho. Por sua vez o mais velho anda a arrastar-se porque acorda sem excepção às 7h em ponto da manhã, para estar na escola criteriosamente às 8h, para o pai poder estar no trabalho às 9h. Que nunca está. Chega sempre atrasado, às 9h30. Chega sempre a correr e volta para casa sempre a olhar para o relógio. A correr também. E a correr chega à escola do M. (que anda sem sestas, porque aos 4 anos a maioria das escolas acha que eles já têm 30 anos...) que é dos últimos a ir embora na sala onde ficam os miúdos cujos pais chegam tarde. Ou seja, se eu não o for buscar o rapaz fica lá quase 11h...

E depois, a melhor parte - chegam a casa e é uma correria para dar banhos, para fazer e dar o jantar. Tudo bem cronometrado e sempre apressado, para o M. ir para a cama cedo, para descansar o mais possível. Mas se por um lado queremos estar com ele e conversar e saber como foi o dia, por outro lado apressamo-lo para comer (demora séculos...). E por vezes irrito-me com a parvoíce dele (parece um pré-adolescente respondão que só diz coisas parvinhas dignas da sua idade ("tens cocó na cabeça", etc etc) e por vezes sou uma sombra da mãe paciente que sempre fui com ele. E a coisa descamba claro. E o cansaço e a birra abate-se, e é choradeira dele, e impaciência nossa. E é lavar os dentes à pressa, e contar a história sem apreciar efetivamente o momento, e deitá-lo, que já é tarde e no dia a seguir ele levanta-se cedo. Nem o gozamos. Cada vez que penso que apenas passo basicamente 2 ou 3h diárias com ele até me dá uma coisa. E quando penso que essas horas são passadas a prepará-lo para comer e dormir... até se me dói o coração.
Ah! e claro que agora esse tempo é partilhado com o irmão que exige a nossa atenção, ou porque chora por colo e atenção, ou porque quer comer.

E depois de deitado o M. um de nós continua a tratar do P. E ultimamente o P. chora a combater o sono. Não quer dormir, quer ficar acordado. Mas já está tão overloaded do dia (em que também não dorme muito...) que se agita de excitação e cansaço. E lá se passam "horas" à volta dele. E por vezes sucumbe-se e lá lhe damos mais colo ainda para nós próprios termos alguma calma. Mas depois deitamo-lo... e a fera acorda, claro! e chora ou então quer conversa.

E no meio disso tudo ainda há que arrumar a cozinha que ficou a meio para deitar o M. e atender o P., há que preparar a lancheira do M. para o dia seguinte, etc. E de repente já são 23h da noite e começo a entrar em stress porque já é tarde e o P. vai acordar às 2h ou 3h da manhã e tenho de dormir.
E cada vez que penso que isto já é assim agora e o M. ainda não traz trabalhos de casa nem nada... dá-me vontade de chorar...
E cada vez que penso que ainda não comecei a trabalhar e que, quando o fizer, estarei eu própria a olhar constantemente para o relógio para ir buscar 2 crianças e despachar o resto do dia...

E depois finalmente chega o fds e em vez de descansarmos e estarmos cheios de energia para o gozar, não. Estamos cansados, mas desta vez temos de ir buscar o triplo da energia para acompanhar o nosso filho de 4 anos que quer a nossa atenção e que como é óbvio quer ir passear (se estiver tempo para isso) ou quer brincar às lutas, ou quer fazer puzzles ou quer desenhar ou quer brincar com o que for. Mas quer obviamente fazê-lo connosco... E ainda bem! e adoramos todo esse tempo com ele. Mas deitamo-nos à noite rebentados.

Depois chega 2ª feira e o T. vai trabalhar. O stress de acordar cedo, o stress de chegar o mais depressa possível ao trabalho, o stress dos stresses que as empresas acarretam, o stress de voltar rápido para casa. Chega 2ª feira e eu até penso: ah vou descansar um bocado e vou estar sozinha só com o P.
Mas qual quê... é um bebé! e não me deixa esquecer isso :P

E quero sair e espairecer (até pode ser com ele, aliás costuma ser, não há mtas hipóteses) mas por vezes não tenho a energia ou o tempo (pasme-se quem acha q as mães que ficam em casa têm todo o tempo do mundo...). E chega o final da tarde e é o que já descrevi em cima.

E isto é o que eu e todos os pais passam. Esta correria insana que não deixa aproveitar nada nem ninguém. Que nos deixa cheios de saudades dos filhos e maridos/mulheres, mas que passado um bocado nos deixa a pedinchar apenas descanso.
Os empregos deveriam ser todos ao pé das escolas dos filhos. E não se deveria trabalhar 8h por dia + as horas que são precisas para ir e vir do trabalho. Como é possível que passemos a maior parte do tempo com os colegas e chefes e não com a família!?
E isto até é um cenário bom. Porque muita gente trabalha por turnos e nem 20 minutos tem para ver os filhos/conjugues por dia. Porque muita gente tem de trabalhar horas extra para chefes que olham de lado o facto de se sair a horas, chegando-se assim às 21h ou mais a casa.
É triste neste país isto acontecer...

O tempo de qualidade com o meu filho mais velho neste momento é aquela horazita em que faço o jantar e o tento convencer a ficar comigo na cozinha enquanto ele monta uns legos ou desenha, e lá vou falando com ele, em vez de ele ir ver os seus amados desenhos animados.
O tempo de qualidade com o T. é quando sobram minutos ou meias horas depois de despachados os miúdos. O tempo em que se tenta respirar.

Eu não quero essa treta do tempo de qualidade. Isso é uma tanga que inventaram para não nos sentirmos culpados por não estar tanto tempo com quem queremos porque temos tudo o resto para fazer. O que todos deveríamos ter era tempo de quantidade! eram horas a fio para distribuirmos com quem queremos. Isso sim é qualidade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Sr. Sóssó

Pois é, o Sr. Sóssó deve estar a sentir-se um bocado só na prisão. Pese embora os seus amigos, como o Sr. Soares, venham defendê-lo e dá-lo com um homem exemplar, neste caso a minha opinião é que não há fumo sem fogo. Mas mesmo assim, o que aconteceu à famosa "inocente até prova em contrário"? Parece-me que o público em geral acha que fazer de bode expiatório um dos ex-líderes mais amados/odiados de Portugal (acusado de fraudes como cidadão e não como PM) vai salvar este país da ruína em que vive atualmente. A malta quer ver o circo pegar fogo a todo o custo.
Mas mesmo sendo culpado, não é a sua culpabilização, nem o circo mediático à sua volta que nos vão salvar. O que talvez ajude é se este não for um caso único. É se as finanças começarem finalmente a analisar à lupa políticos e ex-políticos, empresários e empresas. Se o "sistema" começar a funcionar seriamente e a condenar todos por igual, em vez de deixar escapar aqueles que são um bocadinho mais iguais do que os outros, então começarei a acreditar... Se isto for o início de uma nova era mais justa e eficaz em Portugal eu até começo a aplaudir a coisa (se bem que preferia mais descrição e menos enforcamento antecipado em praça pública). Se não, dispenso e fico a pensar é que o Sóssó devia era ter tido mais cuidado em não ostentar a vida de luxo que fazia em Paris. Foste burro em achar que te safavas só porque até tens algum carisma pá.

O mais novo

Há dias (ou seja, noites) em que penso que vou mas é rifar-te. Penso que já não tenho idade ou energia para isto (sim, é preciso muita mesmo e embora a idade nos traga paciência e calma, não traz seguramente energia), penso "filhos?... nunca mais!!" quando demoras 2h a adormecer e eu só quero é encostar-me e fechar os olhos, e todos os meus poros estão num ataque de nervos. Depois, há dias como o de hoje, em que a noite até correu bem, em que acho que até dormiste melhor, e olho com atenção para essas bochechas maravilhosas e penso que és a coisa mais bonita que me aconteceu nos últimos tempos e que até és tão bonzinho e que eu sou uma parva por me estar a queixar. Que privilégio ter um novo bebé em casa! Um bebé saudável e tão bonito... Que privilégio ver, já com outros olhos (no 1º filho o choque do cansaço é tal que penso que aproveitamos menos ao início), o desenvolvimento de uma criança. Não há nada mais fascinante, nada. Todos os bebés têm o mesmo padrão de desenvolvimento (no geral claro) e apesar de já saber o que aí vem, cada passo que dás é um renascer para mim, é o relembrar de como isto é mesmo mesmo especial.

O P. já tem 2 meses (e quase meio) e já passa muito tempo a balbuciar, especialmente se lhe damos atenção. Agita-se todo, sorri um sorriso desdentado lindo, e até já faz chorinho e beicinho quando vê que não vai ter colo (é já grande um manhoso... e tão novo o espertalhão...). Fica numa grande excitação com o móbil da cama (os amiguinhos dele como lhe chamo) e segue atentamente o que o irmão faz (vai ser lindo vai) embora este não lhe dê especial cavaco (dá umas beijocas e festas mas está noutra, quer é saber dos Vingadores). Começa a mostrar algum interesse pelas mãos: lambe-as :) Se está sem chucha (da qual até nem é especial amigo) mete a mão na boca e fica horas a lambê-la (cada maluco com a sua mania... ahahahah). E ultimamente tenho percebido que este pequeno de facto adora estar ao colo, mesmo que às vezes faça ar de quem não está nem aí.

Mas, outras vezes, ficamos bem juntinhos a namorarmo-nos. Ele olha-me longamente, eu falo baixinho (ou não digo nada) e faço-lhe inúmeras festinhas naquela sua cabeça deliciosamente redonda. Já me tinha esquecido de como é bom estar abraçada a um bebé. Aquele corpinho quentinho junto a nós. A conhecermo-nos.
E, regra geral, ele vai fechando os olhos até adormecer, mesmo que não seja um sono profundo, mas apenas uma bela ronha, que sabe tão bem especialmente agora que está frio.

O meu bonequinho pequeno é mesmo lindo! E até acho que se vai sair ao meu avô materno e vai ficar com uns fantásticos olhos cinzento-azulados. O M. está um super giraço! mas que se cuide que o irmão não vai ficar nada atrás... :)





terça-feira, 4 de novembro de 2014

Carinha laroca

Haverá algo mais fofinho do que uma carinha laroca de mês e meio que, depois de muito se espreguiçar ao acordar, olha para nós e nos dá um mega sorriso do estilo "olá mamã! és tu!"?
Não, não há :)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ansiosa

O que fazer ou pensar quando chegamos aos 38 anos e já somos consideradas demasiado velhas para começar trabalhos novos, quando toda a gente só quer estagiários a pagar 600 euros (ou menos!). Isto deixa-me ansiosa. Muito.
Respiro fundo e pergunto-me o que me reserva 2015 a nível de trabalho.
O que vai acontecer?
Isto tem pernas para andar ou vai ter o fim anunciado desde que começou?
É para ir para a frente ou é para mudar de rumo?
Ainda vou ter de me chatear ou vai correr tudo sobre rodas?

Ai vida... mas porque é que a minha sorte profissional mudou tanto?
Porque raio é que me deixaram ir?...

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Rene Rene...

... o qué qui ocê feiz com ocê?

Poix... tal como o resto mundo também eu já olhei duas vezes para as novas fotografias da atriz. Caramba? isto é só processo de envelhecimento? ou fez plásticas? Bem sei que ela tem algo como uns 45 anos mas hoje em dia isso já nem é coisa do outro mundo. Cadé aquele ar fresquinho e fofo que ainda existia há poucos meses? Bolas...
Assim de repentes diria que se esqueceu de por base e que "corrigiu" aqueles olhos meio achinesados que lhe davam tanta piada.
Acho-a bonita na mesma, mas está tão diferente...



Vários | maternidade

Veio-me agora um rasgo de genialidade à mente sobre os primeiros tempos de maternidade (lembro que ainda só vou no 1º mês):
Penso que existem 3 primeiras etapas nesta fase:
- 1ª- Fase super mulher. Os primeiros dias são de pura energia (e alegria, o deslumbre ajuda). A adrenalina do parto e a excitação do novo bebé dão-nos uma grande energia (falo por mim claro), mesmo que o numero de horas dormidas seja zero ou quase.
- 2ª - Fase tartaruga. Ao fim de 15 dias, e mesmo continuando a dormir uma média de 4 horas por dia (por vezes com intervalos pelo meio) pensamos: ah não tenho dormido nada mas consigo funcionar, raciocinar, fazer coisas, etc. (um bocado lenta mas tudo se fazzzzzzzzz...) Maravilha! Isto de ser o 2º é logo outra coisa - já tenho "calo", já me habituei a descansar/dormir menos e consigo. Espetáculo.
- 3ª - Fase Pausa / Stop / Não aguento mais. Atinge-se o primeiro mês finalmente! Já ultrapassámos um pequeno susto de mega constipação e alterno entre os dias em que me sinto com alguma energia depois de o bebé ter dormido finalmente 5h à noite (e nós umas 3h e tal seguidas), e os dias em que choro copiosamente por já não aguentar mais este ritmo há tantos dias e semanas... (nem vou falar das aventuras da amamentação...)
Passar 24h a dar de comer, por a arrotar, dar colo, dar consolo e, de repente, mal tivemos tempo de aquecer uma sopa para comer, e voltamos a fazer o mesmo... é obra. Psicologicamente uma pessoa começa a bater mal por estar tanto tempo em casa (as saídas resumem-se a médicos, centros de saúde e por aí) e fisicamente às vezes sente-se que não há energia para levantar um braço, quanto mais um ratinho (ou será ratão) de 4,350 kg... 
Sair sem o bebé para ir fazer compras ao supermercado (obrigada querida mãe ;)) é o máximo, uma excitação. Ir 1 ou 2h ao centro comercial faz-nos sentir leves e livres (mas depois voltamos a correr para casa para tocar e olhar a nossa bolinha de mel).

A licença ainda mal começou. E as peripécias de um novo bebé ainda vão no adro. Espero sinceramente que não chova muito este outono/inverno porque se fico fechada em casa a maior parte do tempo vou dar em maluca :P Quero fazer algumas saídas com o P., ele precisa de respirar ar puro e eu preciso de ar puro em todos os poros.

Depois volto a pensar nas coisas mesmo boas e deliciosas: qualquer dia já se vira sozinho, depois vai-se sentar, depois vai interagir mais connosco, sorrir, gatinhar. Vai começar a balbuciar coisas. Vou ouvir novamente o "mamã" dito por um ser pequenino. E mal posso esperar por ver novamente o mundo através dos olhos de um bebé :)




Curiosidades de 1 mês de vida:

- O meu cabelo é fascinante para o P. Sempre que olha para mim, não olha para os meus olhos, olha é fixamente para o meu cabelo acima da testa. Consegue estar horas nisto. Acho que me anda a tirar as medidas ;)
- No outro dia fomos brindados com uns sorrisos gigantes deste ratinho. Assim do nada... Foi o que lhe valeu senão rifavamo-lo ;)
- Hoje quando acordou e fui lá (ja esperneava e chorava de fome) brindou-me com novo sorriso do estilo Olá mamã :D Foi o máximo!! é simplesmente delicioso!
- A noite passada incrivelmente dormiu pela primeira vez das 11h da noite às 6h da manhã!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E tem 1 mês!!! Deve ter sido porque no dia anterior mal dormiu durante o dia... O mais curioso é que eu às 4h e tal já estava acordada a pensar porque raio é que ele não acordava (não tem fome?, não lhe faz mal tantas horas sem comer? pobre T. lol.... e quem não dormiu fui eu (e ele)... a parva.
- Já faz birras de sono. Chora que se farta, depois se está com a chucha faz aqueles sons que eu adoro (são mesmo fofos) do oinhoinhoinhnnnn, e depois de se remexer todo, etc etc... lá começa a adormecer.
- Curiosamente até agora não tem tido as famosas (e tortuosas) cólicas (deixa-me bater na madeira). Sempre que come fica um bocado incomodado do estômago porque é um alarve e o leite cai-lhe quem nem uma bomba no estômago (e depois engole litradas de ar), mas aqueles episódios que tivemos com o M. de ele berrar durante horas, não. Dou graças aos céus! A ver se isso se mantém.


O P. está portanto a ser complacente aqui para connosco. Tudo neste processo (parto e agora a rotina de recém nascido) tem sido mais relaxado (cansaço normal à parte).

Conclusão: o P. é mesmo um fofinho! :)

(mesmo assim gostava - aliás precisoooooo mesmo - de umas 8 horinhas de sono. Mesmo, mesmo, mesmo!)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O dia em que o P. nasceu

O que sentir quando nos dizem, uma semana depois de termos ido à consulta e de estar tudo bem, tudo normal, que o líquido amniótico diminuiu consideravelmente e por isso perdemos quase 1kg, e que por isso o melhor é o bebé nascer o quanto antes? no dia seguinte para sermos mais precisos?
Indução foi a palavra chave e a que me deu arrepios. Já ouvi falar muito em induções e o que oiço nunca foi fantástico (mega dores, etc etc). Mas o médico assegurou-me que não ia ser nada de mais, ainda por cima com o colo do útero favorável (dilatação já de 1,5 cm) - provavelmente o corpito já sábio e a saber o que ia acontecer, 2º filho.
Amanhã??!!
Bom... eu sabia que daquela semana não passava - estava de 39 semanas e o meu obstreta não é fã de passar para mais do que as 40 semanas. E o M. tinha nascido com esse tempo. Com ajuda dos famosos toques... E eu odeio o raio dos toques (atenção - aqueles que é para fazer nascer as crianças, não os toques só para ver e coisa e tal).
O meu estomago deu reviravoltas de nervosismo.
Amanhã...
Lá ligámos o piloto automático e em poucas horas estava o esquema montado para nos assegurarmos das coisas do M., acabar a mala dele, juntar as coisas da escola, e preparar tudo para que no dia seguinte a avó avançasse com a sua rotina.
O nosso dia seguinte começou cedo (curiosamente nessa noite até dormi bem, embora tenha quebrado antes de me deitar e os nervos tenham dado lugar as umas quantas lagrimitas) e às 8h30 estávamos no hospital.
Nova nervoseira, mais lágrimas. O M. ia deixar de ser o meu filhote único e querido e nem lhe tínhamos dito que a partir desse dia o irmão ia chegar (sou supersticiosa... é deixar ver como as coisas se desenrolam e só depois dar a notícia), que o seu mundo ia mudar mais uma vez (1º foi a casa, depois foi a escola e agora o irmão... hajam acontecimentos!). E depois o parto... Caramba, quem disser que da 2ª vez tudo é mais fácil mente. Os medos estão lá na mesma, a lembrança de um primeiro parto bem doloroso (embora até curto segundo a "norma"). Cada nascimento é um mundo novo e tudo pode acontecer. E essa incógnita deixava-me nervosa (e angustiada até).
Mas controlei-me e a equipa que me acompanhou foi simplesmente espetacular. E vivam os partos induzidos!!

Às 10h fui para a sala de dilatação (adoro esse nome hehe). E... colocação de gel no útero para início de contrações. Observação: é do caraças!! foi o que mais me custou no parto todo... No fim chorava baba e ranho como uma criança pequena. Fosga-se... mulher sofre pá... Não é justo.
Mas tinha uma enfermeira que foi 5 estrelas e que me tratou como se trata uma princesa. Muito calma, explicava tudo. Picou-me, colocou-me tubos, etc e trinta por uma linha - aquelas maravilhas que quem já teve filhos sabe...

Para quem não sabe as induções com gel são quase tiro e queda. E passados poucos minutos já a máquina acusava umas belas contrações e eu a começar a queixar-me... E de repente eram contrações quase seguidas. Não houve aquele processo lento das contrações normais que se vão encurtando e doendo cada vez mais. De repente nem respirava, nem tinha tempo. O meu corpo era uma máquina em funcionamento. Passo uma gravidez inteira sem contrações, sem notar nada (à excepção de algo mto leve quase no fim) e de um momento para o outro... zás... vamos lá para a frente com isto.
A minha querida enfermeira lá entrou em ação, anestesista venha cá, epidural para a veia (ou seja para as costas - também doeu que se fartou, bolas...), e de um momento para o outro... o paraíso!! O meu sorriso voltou e eu era toda paz e amor em vez de guerra e cara de má (ou de dor). Fabuloso! Nem queria acreditar! desta vez a epidural tinha funcionadoooo!! iupiii! Soube finalmente o que era a maravilha de levar uma epidural e conseguir dormitar de seguida, mesmo que na máquina os valores das contrações estivessem a rebentar com a escala.

Passado um belo bocado - novas dores - e zuca... toma lá mais droguinha que não precisas de sofrer.
Nisto já eram 13h e tal, quase 14. Mais um toque para ver como estava a minha máquina a funcionar. E pelos vistos estava muito bem. Faltava pouco para a dilatação completa. Eu nem queria acreditar.
E a minha querida enfermeira lembra-se da bola de pilates que estava nesse quarto (da outra vez não me lembro nada daquilo, nem queriam que eu me levantasse). Vamos para a bola vá, essa bacia tem de acabar o trabalho, a cabeça do bebé está super bem posicionada e só falta mais um bocadinho. Segui as instruções dela. Sentei-me na bola e gira devagar para aqui e para ali. Passados nem 2 minutos aconteceu o que ela previra. Um peso gigante a abater-se lá em baixo. Pensei: caraças! vai sair agora! ai, ai, ai, ai...
Mas... na! :) Isto não é assim meus amigos e amigas :) (a não ser para aquelas mulheres dos vídeos do youtube)
Mas toca lá de carregar na campainha e dizer que algo se estava a passar. Venham rápido. Entram novamente o meu médico e enfermeira, vamos lá a ver, humm... faça lá força um bocadinho, pronto, páre. Vamos para a sala de partos.

14h25 Vamos lá a isto então.
14h26 Faça lá força. Isso. Outra vez.
14h27 Mais uma vez, o tempo que conseguir aguentar. (O médico: "querem ver que eu não estou aqui a fazer nada, está a conseguir fazer isto sozinha, o bebé está basicamente a nascer sozinho com o seu trabalho.")
14h29 Sinto a cabeça do bebé a sair. Muita pressão mas zero dor, bendita epidural. Começo a ver o médico a agarrar em algo.
14h30 O P. está cá fora :))
Aquela visão novamente de um gato esfolado a chorar desalmadamente. O céu.

Desta vez - e ao contrário do que aconteceu com o M. (que nasceu de ventosa e desapareceu da minha vista segundos depois de mo mostrarem, para ver se estava tudo bem), o P. foi colocado sobre mim calmamente, sem pressas. Lembro-me do tempo abrandar. Lentamente passei o olhos por aquele ser tão pequenino que se agitava. Era perfeito. Um corpinho lindo. E o mais curioso: uma cabeça redondinha como se não tivesse passado por lado nenhum. E uma cara fofíssima, zangadita e confusa de quem vê o mundo pela primeira vez. Uma carita que me lembrava de já ter visto antes. Meu Deus! Ele era igual ao M. lol Tão, mas tão parecido!
E o tempo parou mais um bocado. Com calma pude fazer-lhe festas, passar a mão por aquele corpito pequenino que ainda agora estava dentro da minha barriga. Desta vez apreciei o milagre da vida com outra calma. Foi... magnífico. Muito, muito especial. Pude olhá-lo com calma, bebê-lo, respirá-lo, cheirá-lo, tocá-lo.

Era mãe de novo.

E o mano lá saiu...

... às 14h30 do dia 16 de setembro de 2014, um par de semanas antes do meu aniversário. Uma bela prenda, não é? ;)


domingo, 24 de agosto de 2014

Como é que ele vai sair??

... esta já seria de esperar. Mas o M. parecia-me sempre tão afastado do assunto que eu já nem pensava nisso ou numa possível resposta:

(ao deitar, ele encostado a mim, no último mimo do dia antes de dormir, e sem aviso)

- Mamã, o maninho está aí dentro da barriga, não é?
- Sim.
- E como é que ele vai sair?
- Hummm... ahh... bom... sabes aquele médico da mãe? ele vai ajudar-me, vai ajudar a que o mano saia (e imito os gestos de alguém a mexer na barriga).
- Ah! vai mexer com ferramentas?!
- Isso mesmo!
- Ah está bem.

E pronto, pelos vistos a mecânica, os carros e a mala de médico que ele tem no quarto servem para ajudar em qualquer explicação médica :)
Lá me safei desta por agora! :)

Perguntas...

- Mãe, o que é perdoar?



(Ai.. ainda agora fez 4 anos e já está com perguntas destas :) E de onde vinha tal coisa? - filme A Bela e o Monstro. Lá tentei explicar o que era tal acto. Acho que me consegui safar.)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Novas séries

Enquanto deito uma lágrima pelo meu Drácula renegado ando virada para estas duas:

The Bridge (não deliro com a série, mas a brincar, a brincar, já vou na 3ª temporada, por isso até recomendo para quem gosta do género policial)





The Masters of Sex (série recém descoberta e super interessante. À parte do tema que parece bastante lascivo e óbvio, é uma série super interessante sobre a sociedade dos anos 50, sobre a evolução do sexo, sobre as relações humanas e o modo como 2 pioneiros revolucionaram o tema e o estudo científico da sexualidade. Recomendo.)


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Profissionalmente...

... às vezes fecho os olhos e sonho. Sonho em um dia acordar e pensar que tudo isto foi um pesadelo. Que afinal está tudo bem.

Sonho em ter reconhecimento na minha profissão e ser recompensada por isso.

Sonho em ultrapassar este buraco, em ultrapassar todas estas emoções, em gerir estas pressões diárias.

Digam o que disseram: mulheres grávidas serão sempre um empecilho para patrões e vistas como um problema. E isso é grave. E mais grave é sofrerem chantagens e nem poderem descansar quando precisam.

Sonho ainda em ganhar muito dinheiro. Conseguir ganhar para respirar sossegadamente.

Sonho muito.

Sonho em não ter medo do futuro.

Sonho em não ter medo de ficar desempregada.

Que tempos estes. Coisas tão boas por um lado. Coisas tão difíceis por outro...



terça-feira, 29 de julho de 2014

Adivinhem quem faz anos hoje? :D


 
 
 

Sim, o bidu, o bonequinho, o godinho, o chuchinhas, este amorzinho que é um amorzão, este crescido cada vez maior e mais sabidão, mas ainda com uma inocência tão bonita.
Parabéns meu fofinho! <3

sábado, 26 de julho de 2014

1 mês, 1 kg!

Hoje fui ao médico para mais uma consulta de rotina. O P. (já tem nome o bidu mais novo) pesa quase 2 kg - está previsto pesar uns 3kg à nascença (é mais ou menos como foi com o M.) e eu num mês ganhei 1kg. O médico: "ah isto está óptimo! até 1,5 kg está optimo!"

Hum... ai é? então... venham os doces e essas coisas todas porque tenho é fome de doces, o resto é conversa :P

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Nãooooooooooo!!

E eu que seguia a 1ª season da série Drácula (umas das minhas histórias favoritas de todo sempre, seja qual for a versão que fizerem) com o carismático Rhys Meyers... descobri agora que (muito) provavelmente não vou ter a 2ª season! Opa... não posso crer... chuinf chuinf!
http://au.ibtimes.com/articles/552076/20140512/dracula-season-2-cancelled-renewal-nbc.htm#.U9F8RF7XnFI

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Carta a uma amiga especial

A uma amiga de longa data. A uma amiga que nunca vai ler este post, desconfio que por estar num blogue/diário sobre a minha vida como mãe. A uma amiga que mesmo assim será sempre especial, mas ultimamente mais afastada. A uma amiga e mulher a quem a vida lhe pregou a partida de não a deixar ter filhos (até agora, já lá vão uns anos, mas ainda acredito que a vida é cheia de surpresas).

Querida amiga,

Bem sei que a vida te tem pregado partidas. Sempre fui solidária contigo em muita coisa, especialmente quando estavas magoada com a vida, desiludida. Sempre te tentei dar esperança, dar o meu mais sincero ponto de vista, dar ânimo e consolar-te em alturas difíceis. Felizmente posso dizer o mesmo de ti. Quando andei perdida, desanimada, cansada e sem saber o que fazer face a situações difíceis, também me consolaste a ajudaste o melhor que pudeste e soubeste. Estar-te-ei eternamente grata por isso.
Muitas amizades adultas são sempre pontuadas por algum afastamento físico. Já não é como nos velhos tempos em que nos víamos diariamente e em que partilhávamos tudo até ao pormenor. As pessoas crescem, formam família, encontram novos companheiros, e têm empregos que lhes deixam pouco tempo livre. Passamos a ver-nos de mês a mês, depois de 3 em 3 meses, etc. O que nos vai safando ainda vão sendo os emails, FB, etc. É normal. Bem sei que o tempo é curto. E agora com um filho ainda o sei mais.
Mas é exatamente esse o tema que, temo, nos divide de momento. As crianças. Os filhos.
O tema é-te doloroso e talvez por isso sempre tenha evitado falar nele quando estou contigo (a não ser que queiras). Evito falar do M., evito a parte "família" nas nossas conversas, não me gabo das suas conquistas, não conto episódios engraçados que acontecem, não partilho dúvidas e angústias sobre a educação dele. Mas tal como eu faço o esforço de falar sobre tudo menos isso, por vezes também gostaria de ver o esforço desse lado para perguntares sobre ele, sobre como está a minha vida, a minha nova gravidez. Gostaria de partilhar contigo esta parte da vida tão doce e ao mesmo tempo tão angustiante. Gostaria que quisesses ver o meu rapaz, o meu bem mais precioso. Há quanto tempo não o vês? Um ano, dois? Tenho tanto orgulho no meu bonequinho e tu nem queres saber. Dói, sabias? A tua falta de interesse fere-me. Já sei... Já sei que é porque eu não compreendo a tua dor, nem imagino o que são os testes de fertilidade, os processos falhados, as dúvidas, o porquê das outras conseguirem e tu não. Eu até compreendo (acho eu). Mas claro que não imagino. Tento imaginar, mas não estou na tua pele. Só quem passa pelas coisas é que sabe delas, verdade? Por isso nem quero dizer que imagino aquilo por que passas. Mas porque me esforço por isso, é que, quando estou contigo, tento evitar o assunto "o meu filho".  E agora, a minha nova (e quase no fim) gravidez.
Mas, tal como eu me esforço para não te lembrar do que te queres esquecer, gostava tanto, mas tanto que me perguntasses de vez em quando sobre essas coisas... É pedir demais?
E a minha gravidez. Este novo filho tão aguardado, tão desejado. Mas nem tudo são rosas, sabias? Há coisas que correm bem, outras ainda em que está tudo bem mas... Os "mas" dos médicos são lixados, não são? Mas ando numa expectativa tão grande em conhecer este bebé :) Como será ele? parecido com o M.? parecido com quem? É um agradável mistério! Só quero ter um parto rápido e que tudo corra bem.
Será que os filhos vão ditar o fim da nossa amizade? ou arrefecimento brutal dela? Mas porquê?
A infertilidade ou o ter mais dificuldade em ter filhos é uma merda. É sim. Nem quero imaginar. Mas custa-me a crer que não se possa comemorar e partilhar a felicidade daqueles que têm o privilégio de os ter. E tenho algumas amigas que felizmente têm interesse nessa parte, ao mesmo tempo que partilham uma luta também por filhos.
E a essas pessoas agradeço-lhes do fundo do coração, porque acredito que não deve ser fácil o equilíbrio sobre a fina linha do "não consigo ter filhos (ainda)" e o "então e os teus filhos, como andam? que fofos? etc etc". Agradeço-lhes por conseguirem sentir e partilhar essa faceta da minha vida e a de muitos outros.
Estou a chegar a um limite. Não consigo mais perguntar sobre coisas da tua vida (por vezes a ti ou ao teu companheiro), interessar-me, sem ter uma pergunta de volta sobre como vai a minha. A amizade é partilha e interesse de ambos os lados.
Não correrei mais atrás de ti. Não perguntarei mais.

domingo, 20 de julho de 2014

O melhor do meu dia...

... de domingo.

Sem dúvida a ida ao cinema com o M. pela primeira vez. A ida ao cinema "a sério"!! Uma emoção. Lá descobri as sessões de cinema às 11h, o que dá imenso jeito - não corta as tardes e ainda aproveitamos o inicio da manhã para fazer outras coisas (sim, aproveitamos sempre imenso, dado que o piqueno acorda normalmente às 7h e pouco). E lá fomos ver os Aviões 2 com poucas expectativas de ver o filme até ao fim - em casa nenhum filme dura até ao fim, acho que a casa tem demasiadas distrações (brinquedos, lápis e papel, quintal, etc). Mas lá vimos até ao fim e o rapaz portou-se muito bem. Alguma impaciência aqui e ali, umas vezes mais interessado nas pipocas do que no filme, umas vezes sentado, outras de pé, outras ao colo do pai que lhe ia explicando umas coisas. E assim a coisa foi e foi muito bem. Ah e não esquecer o fabuloso encontro com um amigo da turma que também ia ver o filme com a irmã mais velha. Conseguimos ficar todos juntos e a excitação dos 2 (ficaram um ao lado do outro, claro!) foi digna de se ver. Foi tão, mas tão giro vê-los a falar e segredar coisas. Ainda houve tempo de, no intervalo, saltar e correr na zona em baixo junto à tela, e gastar algumas energias antes de voltar à 2ª parte do filme.
Foi uma experiência completamente nova para mim e deixou-me de sorriso na boca. Não vi com atenção (quase) nenhuma o filme, mas foi super divertido :)
E o M. já estava a perguntar se havia mais filmes :D

terça-feira, 15 de julho de 2014

Momentos

No carro:

- Mãe, quero ter um cãozinho.
- Ah... queres?... pois... são giros não é?
- São, gostava muito de ter um. Assim pequenino.
- ... Humm... pode ser que um dia... agora não...
- Mas eu queria.
- Mas já viste que agora vamos ter um maninho. Já vamos ter de cuidar dele, e olha que ele dá muito trabalho.
- Mas fazemos assim: tu cuidas do maninho e eu cuido do cãozinho.

E pronto, solução rápida e lógica :)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O melhor do meu dia

O constatar que o meu pequeno ainda continua com a inocência ternurenta típica das crianças. Está cada vez mais um rapazolas de 4 anos (faz este mês) que finge lutas com espadas, simula murros nos inimigos, dá saltos desafiadores, etc. Mas a sua linha de pensamento ainda é tão doce e ingénua que o coração me transborda de amor e ternura. É mesmo fofinho e meiguinho o meu menino... :)
Como dizia uma mãe num texto que li recentemente: estou viciada no meu filho. Tenho uma dependência da qual nunca vou recuperar.

Receitas fabulosas, visual incrível

Não sou muito de seguir blogues de culinária, mas confesso que por necessidade (um filho que vai passar a levar comida de casa para a escola e também o tentar quebrar a monotonia culinária caseira) comecei a pesquisar e de facto este blogue que mostro aqui é dos que mais me aprazem :)
Visualmente acho-o lindo (a parte visual para mim é mega importante - defeitos de profissão) e com receitas práticas e muito apetitosas. Estou fã :)


http://www.diascommafalda.com/



domingo, 6 de julho de 2014

O melhor do meu dia

Ou diria: o melhor do meu fds:
- Reler a avaliação do meu puto da escola.
- Fazer um boneco com ele partindo de um rolo de papel higiénico (projeto tipo arts and crafts) e ver o seu ar concentrado a por cola num tecido (e dp a dizer que já não quer mais - enquanto tenta tirar a cola dos dedos - quer ir lavar as mãos - é fino, parece que na escola a cola é sempre colocada com pincel).
- Ir buscar os meus homens à praia onde tinham estado a fazer praia e simultaneamente a ver os aviões. Ver pai e filho de costas a caminharem "prontos para a aventura só de homens" fez-me sorrir. E vê-los todos satisfeitos a voltar, com o mais novo de bola de berlin da mão a lambuzar-se, fez-me transbordar de ternura.
- Conseguir 1h ou duas de descanso, sozinha. Um pequeno time alone que foi precioso. É algo cada vez mais raro.
- Os pontapés quase permanentes do bidu que ainda está no forno.
- Os beijinhos que o M. lhe dá constantemente.

O mais cansativo do meu fds:
- O permanente cansaço e a sensação de me rebolar toda em peso pesado sempre que me levanto do sofá ou me ajoelho para arrumar algo e depois tenho de me levantar... Credo... tou acabada.
- As carradas de roupa de bebé a cheirar a mofo e cheias de manchas amarelas que descobri depois de estarem guardadas durante anos em sacos e caixas (numa garagem e numa arrecadação).
- As carradas de roupinhas, fraldinhas e lençóis que já tive de passar em 2 dias. Valeu-me a cadeira, a tábua de passar na altura mínima e a TV ligada... Só de pensar no que ainda falta lavar e passar... arghhh

A parte mais ansiosa dos meus dias:
- As carradas de coisas que ainda há por fazer... Tanta tanta coisa por tratar e tão pouco tempo. Estou a entrar na recta final e não tenho mala feita para o hospital, mala do bebé, quarto do bebé, coisas do bebé no geral...
- Começa este medo quase irracional sobre o parto. Evito pensar no que pode correr mal, mas é difícil. Tento concentrar-me que vai correr bem, mas depois tenho medo disto e daquilo. Rezo para que Deus, os Deuses, o Mundo, o Destino etc etc me proteja e ao bebé nesse momento. Ai vida... estar grávida é um stress.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Serei boa mãe?

Às vezes, como hoje, tenho as minhas (muitas) dúvidas. Faço tudo o que posso e não posso pelo meu filho. Tento dar-lhe asas quando acho que é para dar, protejo-o quando acho que é para proteger, dou-lhe para trás quando acho que é para dar, mimo-o sempre. Mas, às vezes, pergunto se até estas coisas são feitas nas alturas certas. Se faço bem. Se faço mal. Às vezes não sei se as respostas que lhe dou quando fala de coisas da escola são as melhores. Se o estou a ajudar ou a prejudicar. E só sei que nada sei. Pergunto-me se estou a dar demasiada importância a coisas que não têm importância. Afinal ainda só vai fazer 4 anos. Às vezes pergunto-me como é que uma pessoa que mal sabe se está a dar os passos certos na vida (eu) pode sequer educar outro ser e tentar que este seja uma pessoa boa, independente, feliz, confiante e que lute pelos seus objectivos. Às vezes pergunto-me se brincamos o suficiente com ele. Se devíamos fazer mais isto e menos aquilo... E como se não bastasse, parto para um 2º rapazolas e pergunto-me se no meio do caos que vai ser (pelo menos é o que todos dizem) tudo correrá bem. Se darei atenção a um ao mesmo tempo que terei de me dedicar a outro. Pergunto-me se a mudança de escola vem na altura certa - uma altura de revolução com um novo bebé.
Porque será que às vezes tudo parece tão simples e prático, e outras vezes tudo parece tão difícil? Isto de educar um filho tem muito que se lhe diga. E ainda a procissão vai no adro.
Hoje sinto-me frágil. Sinto-me a miúda que ainda tem de ser guiada na vida e não a mulher que tem de guiar.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Hoje sinto-me...

(e nos últimos dias)
... com o peito e garganta a queimar-me numa azia constante.
... cansada e sem grande energia.
... com dor na perna  - presente de uma caibra monumental esta madrugada.

(ai estas coisas maravilhosas da gravidez, só me faltam as hemorroidas, mas tenho esperanças de me safar!)

... com quantidades ridículas de culpa de deixar o meu filho quase sozinho na creche, enquanto os seus amigos vão para a praia e outros passeios, porque a maioria dos pais decidiu que iriam pagar a quantidade ridícula extra de dinheiro para que pudessem fazer isso e eu não.
... com alguma esperança que o rapaz se esqueça rapidamente desta "maldade" quando também se juntar às atividades com os amigos daqui a 1 semana e uns dias.
... frustrada com o rapaz que provavelmente é como os "gajos" normais a quem temos de sacar quase tudo a saca-rolhas, e que por vezes não me deixa perceber como se sente verdadeiramente.

... não muito animada com o trabalho.


Ai... a ver se me animo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Perguntas...

- Mãe, tens muitos filhos no teu trabalho?

(lollllll mas onde é que este miúdos tiram isto?))

O M. e o irmão

Ultimamente a coisa que mais me derrete é o M. quando fala do seu futuro irmão:
- "Mãe, o nosso irmãozinho vai usar chucha?"
- "Mãe, o nosso bébé está aí quentinho, não é?"

Acho curioso como se refere a ele. O "nosso" :) É giro, muito giro!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

E não é...

... que eu agora dou por mim a aumentar o volume desta música quando vou no carro?
(o que me aconteceu? mas lá que entra no ouvido entra hihihi)

sábado, 31 de maio de 2014

4 kg

Ai vida... pela balança do médico ganhei 4 kg num mês. Num mês!!! ai, ai...
(eu bem que me sentia meio baleia e rebolava um bocado ao sair da cama mas...)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A "vida perdida"

O que fazer quando perdemos a nossa vida numa mala? O que fazemos quando nessa mala está toda a nossa identidade: chaves de casa e carro, comando de garagem, carteira com todo o tipo de documentos (cartão de cidadão, carta de condução, cartões do banco, etc etc, ), telemóveis com fotos e vídeos... TUDO.
O que sentimos enquanto vamos ao local da mala perdida e (obviamente) não está lá nada? O que sentimos quando estamos na polícia a dar parte da nossa "vida perdida"? O que sentimos enquanto telefonamos para o banco a cancelar cartões? O que sentimos quando de repente pensamos que a nossa identidade pode literalmente ser roubada e usada por alguém com intenções menos boas?
Pânico meu caros. Medo. O corpo a gelar. Vemos a nossa vida a andar para trás. Pensamos "Nãooooooo... se eu ao menos tivesse parado para confirmar se tinha tudo comigo..."
Quem tem uma mala tem tudo - e quem tem tudo, tudo pode perder, porque qualquer um pode aceder a tudo na nossa vida. Não me lembro de um dia tão pavoroso como este domingo...
 
Mas... também não me lembro de uma tão grande sensação de alívio quando o nosso antigo vizinho nos telefona passadas umas (extenuantes) horas :D Parece que um senhor passou pelo antigo prédio (morada ainda antiga em alguns documentos) e teve a gentileza (humanidade, solidariedade, honestidade? essas coisas todas também serviam) de ir lá entregar a mala - que não entregou ao meu vizinho por ter medo e por achar que com ele (o próprio) as coisas estavam mais seguras. Eu que achava que já não se fazem pessoas destas... afinal estava errada!! E ainda bem! Só me apetecia dar um beijo ao homem e gritar: salvaste-me a vida!!!
 
Depois deste final feliz (ou quase, o meu telemóvel cheio de contactos, fotos e vídeos - que não tinha arquivado - foi mesmo roubado)... e para tornar o fim de semana mais saboroso... no final do dia percebi que tinha um prego gigante espetado numa roda do meu carro...
 
Há dias...

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Era uma vez uma chucha

Era uma vez um menino de 3 anos, quase, quase 4, que gostava muito da sua chucha. Não conhecia outra coisa desde que nascera, e o afeto e dependência sobre tal objeto eram verdadeiramente ternurentos. Com o tempo, e também porque via os meninos da sua turma a desprenderem-se das suas chuchas, o menino começou a abdicar da sua "amada" durante as brincadeiras; depois durante as brincadeiras e as sestas; depois durante o dia quase inteiro. Na escola.
Mas em casa o apego continuava mais "apegado". Não a dispensava nas sestas, na sua cama querida, e muito menos à noite, onde nem era preciso dizer que mimo = chucha + colo + beijinhos + histórias (por aí e sem ser por esta ordem).

Um dia os pais do menino descobriram a existência, algures por aí neste mundo, de uma "fada das chuchas". Até então desconheciam tal ser, mas uma amiga confidenciou-lhes que esta existia e que em troca das chuchas das crianças, dava prendas escolhidas por elas. O sucesso da fada era garantido.
A mãe pôs o menino a par disso. Inicialmente a fada não o convenceu. Por muita conversa que lhe desse, ele não gostava dessas fadas, aliás, nem existiam na opinião dele e não a queria na casa dele. A mãe não insistiu, mas passados uns dias voltou a mencioná-la e desta vez o rapaz não pareceu tão avesso à ideia da fada - especialmente quando questionado sobre que presente gostaria que a fada lhe trouxesse. A lista de presentes nunca era consistente e a mãe voltou a não insistir. Tinha de perceber qual o presente que ele queria MESMO. E um dia ele deu-lhe a resposta mágica: "quero o boneco do tree fu tom, era mesmo o que eu queria". Ela nem queria acreditar - esse era o boneco que ela já havia comprado (aproveitando uma bela promoção) e que estava há meses guardado, à espera do aniversário do menino. E desta vez a resposta era consistente passados 2 dias. Aí ela montou a sua estratégia de ataque e conquista, e prometeu que se ele quisesse mesmo o boneco, ela falaria com a fada. Mas já sabia: a prenda só era dada quando os meninos entregavam as suas chuchas à fada, para ela as reciclar e dar novas chuchinhas aos bebés. Era uma decisão muito importante. E dado que o menino já só tinha uma chucha (e a ficar cada vez mais estragada, segundo a mãe) tinha mesmo de pensar bem, porque uma vez entregue não haveria mais tal objeto nas sestas, nem à noite. Não dava para voltar atrás. O menino tinha de ter mesmo a certeza.

Uns dias depois, a mãe perguntou ao filho se ele sempre queria dar a chucha à fada. Ele respondeu que sim. Mas ela tinha algum receio que ele não entendesse bem a seriedade da coisa e no fundo, temia a tristeza e choro do petiz quando este se apercebesse que depois já não haveria volta a dar. No entanto, avançou e nessa noite os pais foram com o menino à janela da cozinha e deixaram-na do lado de fora, para que a fada a pudesse ir buscar durante a noite. Segundo a "lenda", no dia seguinte de manhã, lá estaria a prenda desejada e a chuchinha levada.

Logo depois o menino foi-se deitar, e mesmo afirmando categoricamente a toda a hora que não tinha sono, nunca pediu a chucha. Demorou muito a adormecer. Sem a sua ajuda extra e emocional para relaxar e se deixar amolecer, o colo foi mais agitado, a conversa não parava e o processo de adormecer foi mais complicado. Mas adormeceu e nunca acordou durante a noite a pedir a sua chucha perdida (que era o que os pais temiam que acontecesse).

Nesse momento a sua mãe compreendeu que ele tinha de facto interiorizado que a chucha não voltava, que era a última vez que a usava, e que a partir daí seria oficialmente um "crescido" (com direito a prenda e tudo). Nesse momento, a mãe, que andava tão absorvida a ajudar o filho a crescer e a ultrapassar um marco na sua vida (a chucha foi o objeto mais importante na vida dele, sem dúvida) percebeu que ele não era mais um bebé. O seu filhote lindo era já um rapazinho que entendia as consequência de um ato simples mas muito importante na sua vida. De repente, não iria mais tê-lo nos braços, com aquele barulho tão característico do movimento das chuchas, a amolecer, e portar-se ainda como um bébé aninhado ao colo. Daí em diante o deitar seria mais irrequieto, mais conversador, menos descansado, porque não havia aquele elemento pacificador, que amolecia quase instantaneamente o filho.

A mãe sempre conhecera o seu filho de chucha e quando, nessa noite, de repente o viu sem ela "para sempre", uma melancolia profunda abateu-se sobre ela. Tinha acabado. Tinha acabado uma Era. Uma Era muito doce. A Era do Bébé que ela sempre tinha adorado. Ele era, seria (e sempre será) "o seu bébé"; mas já não era "um bébé".

Parte do seu coração inchou de orgulho pela conquista e pelo passo independente do filho, mas a outra parte sangrou implacavelmente. De repente, instalou-se uma perda avassaladora. Aqueles momentos cheios de ternura em que olhava para ele, já crescido e vestido para ir para a escola, ainda a ver TV, de chucha, à espera que o chamassem para o carro, não se repetiriam mais. O colinho à noite "à bébé" não seria mais o mesmo. O ar incrivelmente fofinho que fazia com a chucha não se reproduziria mais. Reproduziriam-se outros igualmente fofos com certeza. Mas não aquele. E doeu. E a mãe chorou. Chorou a noite inteira. Sentiu-se espantada ao perceber que a tristeza que alguém sentiria pela perda da chucha não seria a dele. Para ele era apenas mais um passo, que no fundo andava a interiorizar há muito tempo e que naturalmente iria ultrapassar porque cada vez mais se sentia crescido, grande e a ceder o lugar aos verdadeiros bébés. Era uma questão de tempo.

A tristeza afinal era a da mãe. Ela com a perda da chucha tinha perdido muito mais do que ele. (embora soubesse que não era bem uma perda: era mais uma transformação, o desenvolvimento.)

No dia seguinte de manhã, o menino lá descobriu na janela da cozinha, do lado de fora, o seu desejado boneco. O êxtase na sua carita foi impagável. Estava tão contente e orgulhoso. A fada tinha cumprido a sua promessa. E ele cumpriria a sua.

E no dia seguinte, os novos vizinhos do menino (uns 5 miúdos muito giros e despachados dos 3 aos 10 anos) foram chamá-lo para brincar com eles na rua. O sorriso do menino ao ir com eles, a correria, as brincadeiras, o ar de rapaz independente fez mais um sorriso na mãe ainda melancólica.

Uma nova fase na vida do filho estava em marcha.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O melhor do meu dia!

Já mexe!! Aliás: já sinto mexer, porque mexer já ele mexe há muito tempo que eu bem vi nas ecos! Mas agora a realidade está mais palpável - tenho um alien (ai... um bonequinho 2) na barriga e ele está vivo e mexe-se bem! yeahhh!!

O que ler?

Não sei o que ler. E eu sem um livro para ler sou como um peixe fora de água. Preciso de um livro. O problema é que agora nada me agrada... Li O Apocalipse dos Trabalhadores do Valter Hugo Mãe e detestei (mas tinha adorado O Filho De Mil Homens). Li o clássico O Deus das Moscas do William Golding e não desgostei do clássico, mas também não adorei (achei que não desenvolvia muito a certa altura). Li o novíssimo Paixão Sem Limites da Abbi Glines e até gostei, mas era de leitura light e em 4 dias estava lido. Não vejo nada no mercado que me atraia por aí além... Já me falaram do Pedro Chagas Freitas mas temo que seja demasiado lamechas ou melodramático, não sei...

Ahhhhhhhhhhh não sei o que ler... bolas.

Um dia no Zoo

Alguns dos animais que vimos:
 









 
O meu "animal" preferido: :)
 
 
Resumo do dia:
Muito sol e vento. Muita animação. Alguma impaciência do bidu, que por vezes estava mais interessado em fazer macacadas do que ver os macacos propriamente ditos... Ah e o delírio a ver o mapa sempre que podia. Ah e mexer na máquina fotográfica do avô. Hamburgueres bons. Gelados. Brincadeira nos insufláveis. Muitos felinos (a maior parte a dormir à sombra por causa do calor). Muitos répteis (yak). Golfinhos rule!(os adultos ao rubro, o piqueno mais interessado no farol e no barco). O zoo "muito à frente", boas instalações e bons programas. Daqui a uns anos há mais :)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

A casa "do campo"

Os bichos são agora meus amigos do peito (e que peito... esta 2ª gravidez está a ser algo assombrosa, qualquer dia sou copa 44 K!! - ver aqui coisas giras sobre como escolher o nosso tamanho adequado). Aranhas, bichos de conta, marias-café e caracóis são os meus melhores amigos e tenho "n" encontros imediatos diariamente. Agora tento não os matar - o M. aqui há dias viu-me a atirar um bicho de conta pelas escadas abaixo e ficou chocadíssimo a achar que eu o tinha morto - e lá vou de pá e vassoura na mão para os deitar no quintal, bem longe.
Os medos de ver o M. estatelar-se pelas escadas abaixo também já se vão desvanecendo à medida que o vejo aparecer cada vez mais no andar de cima (quando o tinha deixado em baixo na sala há minutos) e sem a minha ajuda. Repito-lhe 100 vezes para se agarrar ao corrimão, para subir e descer (principalmente descer) devagar com cuidado blá blá blá. E parece-me que tem resultado: ele é bastante autónomo e cuidadoso pela casa toda. Também já são quase 4 aninhos :)
Apesar de ainda haverem inúmeros caixotes espalhados pela casa e ainda não estar tudo composto, as pequenas e novas rotinas já se vão instalando. Uma delas é o M. se ter habituado a que o T. o vista primeiro no quarto antes de ir comer (comida essa que tem sempre de fazer também - se eu fizer a papa antes de ele descer há birra da grossa; adora mexer o seu amado Nestum).
Outra rotina que me tem custado um bocado é o caminho bem mais longo que percorro todos os dias para o ir deixar na escola e buscar. Tira-me tempo de manhã e tira-me o precioso tempo ao fim da tarde. Tudo é feito mais a correr.
A coisa boa é que o caminho percorrido tem muitas árvores à volta, muitas casinhas giras, e tem maior conversa com o M. sobre o seu dia na escola. E à ida há sempre algo fantasioso para comentar como por o exemplo o duende que ele viu no céu e que persegue o nosso carro. Claro que temos de usar o nosso escudo mágico e afastá-lo prontamente e mais uns pós de perlimpimpim não vá o duende fazer das suas. Há muitos feitiços sempre de manhã!
Lentamente o M. começa também a dormir menos nas sestas do fim de semana. Na creche umas vezes dorme, outras não. E em casa consigo sempre que durma, mas já não é tanto tempo (a não ser que tenha vindo de noitadas por causa desta maldita tosse alérgica que o persegue há 1 mês, mas quando é que acabam estes pólens e este tempo estranho??). Ou seja, quando há alguma coisa combinada para fazer logo depois da hora de almoço (festas de anos, uma ida ao jardim zoológico, e coisas assim) já não dorme a sesta.
Mas há coisas que não mudam e a rotina para dormir à noite é uma delas. Nada como uma bela história antes de dormir, seguida de um colinho bem apertado e cheio de mimos, seguido de estar ao pé dele a dar-lhe a mão e dar ainda mais mimos até ele estar molinho, quase a adormecer.
Acho que a casa ainda não é o nosso "lar", mas para lá caminha. Ainda há tanta coisa para fazer, tanta rotina para acertar, mas lá se vai caminhando. O caminho também é giro.
Aliás, é o mais giro, não é?

domingo, 20 de abril de 2014

Só para dizer...

Boa Páscoaaaa!!!! :)


Eu por aqui ando numa boa tentativa de zapping contínuo entre o The Voice Portugal e o filme Brave (já vi antes mas gostei tanto que não me importo de ver de novo). Tento também perceber se hoje dá o Shark Tank (Lago dos Tubarões) - o meu novo vício diário (!!!) E espirro, espirro, espirro... Já há muito que não tinha uma crise tão longa (1 semana, 2 semanas?) de alergia. Não percebo se é do tempo ou se é destes caixotes todos e roupa cá fora (daquela guardada durante anos que nunca se usa e depois vê a luz do dia já cheia de bolor...) Atchimmmm!!

Mas pronto: agora segue-se uma semana inteira para acabar os ovos todos de chocolate que o M. recebeu ;)

Boa Páscoa a todos/as!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

As incongruências dos 3 anos

Depois de uma birra gigante porque eu e o pai não o deixámos fazer algo:
(Eu) - Bom, agora são horas de deitar...
(Ele) - Sim... unf...
(Enquanto me sento na cama dele, recostada na parede) - Queres colo?
(Lá vai subindo para o meu lado) - ... sim...
(Ainda de trombil, senta-se nas minhas pernas e prepara-se para encostar) - Não gosto de ti... és feia...
E com esta aninha-se bem. E bem aconchegado, dá daqueles suspiros felizes de quem está regalado e pronto para uns mimos antes de ir dormir.

Ai estas mentes minorcas... Pensei que não gostava de mim e que era feia :)
Não soubesse eu mais do que tu e estava frita :)

domingo, 13 de abril de 2014

Está-se a aproximar


Está-se a aproximar. O dia em que sairemos desta linda casinha. Desta casinha que me deixa tão boas memórias. Desta casinha pequena, cada vez mais pequena para todos nós. Desta casinha sempre tão quentinha, onde a tudo se chega bastando virar-nos para trás, ou esticando mais o braço, ou dando três passadas. Olho para o corredor já sem quadros e por onde o M. ainda corre para escapar a cócegas, ou para se ir esconder na brincadeira, ou para se ir deitar mesmo quando diz veementemente que não tem sono. Esta casinha onde tudo é perto e que vai deixar de ser o meu lar.

Estou quase de partida para outra casa enorme (aos meus olhos) que ainda vou ter de transformar em lar. A essa casa vou ter de lhe dar mais móveis, mais tapetes, encher de quadros e fotografias, criar memórias. Vou ter de lhe dar e sentir cheiros para finalmente a ter como minha. Tudo acontecerá com o tempo. A vontade aqui é que seja "a" casa e não "a de transição". Nada aqui era definitivo (se é que isso existe). O candeeiro da sala era só até encontrarmos um que gostassemos mesmo, a cortinas idem. Esta casa na verdade nunca foi o "projeto de final de curso", era apenas o "projeto do 1º semestre". Mas esta 2ª será diferente. Aposto muito nela. Apostamos.
A mudança para esta nova casa é feita com entusiasmo e muita esperança. Espero enchê-la de amor e muitas gargalhadas. Quero enchê-la com a nossa família e amigos o mais que puder. E espero que o 2º quarto livre seja preenchido pelo choro e risos de mais um bébé saudável.

Enquanto isso vou olhando para os caixotes que desaparecem no carro do T., vou empacotando mais coisas aqui e ali. Todos os dias há mais uma ou 2 prateleiras livres. Menos brinquedos. Menos roupa. Menos livros. Mais vazio. É como se recuasse uns anos, aqueles em que me mudei para aqui e estava a começar uma vida nova. E muita vida correu nesta casa. Muitas alegrias, desgostos, amor, gargalhadas, choros, raiva, ternura, aflição, paixão, risos, cumplicidade, partilha. E uma vida nova aqui nasceu, o meu querido M. Aqui ele bebeu o seu primeiro biberon, aqui comeu a sua primeira papa, pegou nos primeiros talheres, largou as fraldas, teve a sua primeira cama "a sério", deu os primeiros passos, disse as primeiras palavras. E por tudo isso estou muito agradecida a esta linda casinha. Por aqui ter vivido tantas primeiras vezes. Por isso tudo olho para estas paredes, das quais ainda não saí, já com muita nostalgia. Adoro esta casa. Mas é altura de partir e tentar criar a casa dos meus sonhos.

sábado, 12 de abril de 2014

Comidinha boa!

E é assim, volta e meia o T. surpreende-nos cá em casa com as suas receitas super especiais. A sua especialidade são as quiches e a última tinha este aspecto nham:


Bis!! Bis! :))

domingo, 6 de abril de 2014

A fé e o cepticismo... aos 3 anos

Conversa (entre o T. e o M.) e explicação a propósito de uma estatueta pequena que representa um Arcanjo e que está no quarto do petiz (e que lhe foi dada há muito tempo pelos avós):
- Isto é o quê?
- É o Arcanjo, está aqui a proteger os meninos como vês, com a sua espada.
- Ah... protege?
- Sim, ele é bom e protege os meninos dos maus, também te protege a ti, e... hummm... faz com que tenhas bons sonhos e não sonhos maus...
- Protege-me?
- Sim...
- Mas... é só uma estátua!!!

Ahahahahahahahahahaha Nunca me ri tanto. Nunca nos rimos tanto loll Que dizer mais depois de uma tirada brilhante destas? lolll

segunda-feira, 24 de março de 2014

Gosto desta Hayley (Williams)

Não há hipótese :) Gosto da gritaria dela, seja em que registo for. Pop, rock, martelos...
Também gosto do vídeo.

sábado, 15 de março de 2014

Moda para crianças


Vejo muitas vezes em blogues de mães estas a falarem sobre marcas de roupa para crianças. Mas geralmente são marcas caras e fico um pouco espantada quando percebo que numa base quotidiana vestem e compram roupas caras para os seus filhos pequenos. Confesso que não entendo a filosofia. Qual o propósito de comprar camisolas, calças ou casacos (a afins) para bebés de 18 meses ou crianças de 3 anos que custam (cada peça) 30 ou 40 euros (ou mais)? Num país em que a média de salários ronda os 800 euros mensais isto deixa-me um bocado espantada. Mas nem é uma questão de quanto se ganha. É quanto se gasta e se estamos a ser práticos ou não. Compensará pagarmos 40 euros por um vestido (por exemplo, para uma bébé de 2 anos e meio) que daqui a 5 meses já não lhe servirá?
Não uso roupa de marca para o meu filho e mesmo que fosse super rica duvido que o fizesse. Camisas que não duram mais de 1 ano (isto porque as costumo comprar um bocadinho maiores do que o tamanho exato dele) ou calças que se rasgam devido a quedas e brincadeiras contínuas no chão não merecem muito dinheiro. Entre Zaras, H&M, C&A (talvez a minha preferida, cheia de cores alegres) e Zippi (ou pequenas lojas de bairro) uma criança veste-se lindamente com marcas menos dispendiosas. No entanto, toda esta minha conversa vai por água abaixo quando falo na TUC TUC... Morre o peixe pela boca. Ou seja, eu até queria morrer, mas nunca comprei nada lá. No entanto, sempre que passo por uma loja da marca babo-me... São cores lindas, bonecos fofíssimos, fatinhos giros giros giros! Opá! porque é que aquilo é tão giro e tão caro?? Porque não somos uma indústria grande como os ingleses que estão cheios de lojas e mais lojas infantis com coisas super giras e baratas?
O M. nunca teve nada da TUC TUC, mas quando tiver mais um filho cheira-me que me vou borrifar para as minhas crenças (e juro que acho que não se deve gastar muito dinheiro em roupas que duram apenas 6 meses) e comprar pelo menos uma roupinha da TUC TUC. Um luxozinho uma vez na vida nunca matou ninguém :)

Para verem o que estou a falar - espreitem aqui a moda infantil
http://www.tuctuc.com/pt/store/moda-infantil

O melhor do meu dia

Estamos numa loja e o meu filhote:
- Mamã, descobri estes óculos giros para ti! Mamããããã, vou escolher um vestido bonito para ti, está bem? olha este aqui com corações!

:) :) Opa, isto faz ganhar-me o dia sem dúvida. É por demais de fofo! :))

(M. com 3 anos e meio)

sábado, 8 de março de 2014

E vivam as mulheres

E vivam as mulheres. Que tenhamos riso, alegria, amor, energia, companheirismo, amizade e optimismo em todas as fases da vida. Que enfrentemos os problemas de cabeça erguida e os agarremos de frente (queria escrever outra expressão mas ia soar demasiado agreste agora :P ). Que os nossos homens nos encham de mimos, flores e agradecimento neste dia (e já agora nos outros).

Vivam as nossas mães, avós, tias, sobrinhas, amigas, filhas das amigas.

Hoje lembro-me e celebro todas vocês. Lembro-me também das mulheres que não têm a liberdade que nós temos, que estão controladas por regimes dictatoriais, sociedades machistas, homens ignorantes.
Desejo que o futuro de todas estas mulheres seja mais auspicioso, mais brilhante, com poder de decisão sobre as suas vidas e recheado de amor e oportunidades.

E já agora às mulheres que lerem este blogue - obrigada meninas por passarem aqui de vez em quando :) Um brinde a vocês!

Rezar

Não sou muito de rezas, de religião. Mas hoje vou rezar. Por aquele miúdo, por aquela família. Dói-me a alma saber que um dia está tudo bem, a brincar, no outro dia não come, está fraco, com morfina, antibióticos, a soro. Ninguém merece ver um filho assim (e tão pequenino). Nenhum miúdo merece passar por aquilo...
Penso em vocês todos os dias.

O melhor do meu dia

O sol. O passeio. Encontrar os vizinhos. Comer um gelado. O M. a meter conversa com os miúdos todos no parque. O rapaz fala fala, uns miúdos passam-lhe cartão, outros nem por isso, e ele lá continua na boa, na dele. É mesmo um fofinho.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Chefe ou líder

Calhou por acaso ler este texto de uma blogger. E...caramba. Que grande verdade e aplica-se tão bem a todos os quadrantes profissionais que existem no mundo.
A verdade é essa: uns são chefes porque assim é e tem de ser. Calhou (digamos assim). Outros são líderes porque tomam decisões, assumem as coisas e principalmente motivam. Vivam os líderes!

http://www.icote.pt/2014/02/28/os-chefes-os-lideres/

domingo, 2 de março de 2014

Sem título

Há dias em que tudo parece estar bem, estamos de bom humor, é mais um dia de fim de semana em que se tenta aliviar a cabeça dos desafios semanais. Depois, de repente, uma história vira-nos de cabeça para baixo...

Hoje é um bom dia. Vamos levar o M. à festa de uma amiga da escola. Ela faz anos, já temos a prenda e aí vamos nós deixar o rapaz (é a primeira vez em que nos vamos embora para o ir buscar mais tarde). Chegamos, tudo animado, a boneca faz 4 anos e, penso eu, tudo é uma alegria.
A conversa segue-se mais ou menos assim:
- Olá, estás bom? Muitos parabéns! - digo eu sorridente para o pai.
- Olá, tudo bem, então temos aqui mais um homem-aranha!
- Hehe sim, já sabes como é... A tua mulher?
- Ah está ali, acabou de chegar à bocado, esteve com o M. (o irmão mais novo da aniversariante).
- Hum... esteve com ele... ele estava a dormir era? - digo eu a tentar não parecer confusa.
- Ah... vocês ainda não sabem...
- Ah... não, acho... O que se passa? - perguntamos à espera de tudo menos aquilo que ouvimos de seguida.
- Ele está no IPO internado... Na outra semana descobrimos que tem um Linfoma de Burkitt (já não me lembro bem, mas acho que era este o nome). Começou com sintomas agressivos num dia, no outro já estava no IPO... Ele é pequenino e até está bem, mas custa-nos um bocado...
Tento conter-me e não desatar a chorar. Estou completamente chocada. O M. é um ano mais novo que o meu M. e é um menino fofo com todos os outros, lindo, querido e com ar maroto, despachado como são os segundos filhos.
- Mas como é que descobriram isso assim de repente? - nunca sei se hei de fazer mais perguntas, mas parece-me que mostrar interesse (e estava de facto interessada) é sempre bom para os pais. A estes cabe depois desenvolver o que acharem melhor, o que quiserem e o que conseguirem.
- A barriga dele começou a ficar muito inchada, anormalmente inchada. De repente tinha a barriga muito dura e grande e achámos estranho. Depois de mostrar isso a uma médica amiga fomos com ele para o hospital. Alguns exames depois e estava no IPO. Vai ter de levar um tratamento bastante agressivo (este tipo de cancro também é agressivo e rápido) durante uns meses, mas as hipóteses de cura são muitos boas. Está tudo confiante.

Entretanto vejo a mãe, dou-lhe um abraço, os parabéns pelos anos da princesa e lamento também o que se está a passar. Não fazia ideia, pergunto se posso ajudar, se querem que tome conta da boneca em alguma situação, algo assim. Ela está abatida, mas está ali inteira, com fé nas boas notícias que tem tido desde que o rapaz está internado. Mas sinto-a cansada e a tentar não desanimar. Caramba, admiro-a!, está a portar-se como uma super mulher! De repente percebo porque é que a festa foi organizada pela mãe (ou mães, acho q foram 2) de outro menino da turma deles. Para não terem de cancelar a festa dos 4 anos da menina, elas tomaram as rédeas e ajudaram a fazer as coisas, mesmo que a mãe não pudesse ajudar muito. É isto que ainda me dá fé nas pessoas. Tivesse eu sabido a tempo e entraria na ajuda.

Não quis continuar mais a conversa (depois de um bocado deve ser demasiado doloroso para os pais), é bom saber o que se passa, mas aquele momento era de festa (pelo menos o mais possível) e era nisso que se tinham todos de concentrar. Os miúdos brincaram, comeram guloseimas a tarde toda, cantaram-se os parabéns. Foi giro. Espero que aqueles pais (os quais conheço há muitos anos, mas não intimamente) se tenham conseguido abstrair durante uns momentos da sua dor.
Quanto a mim, claro, já me conheço, fui para casa deprimida, a dar muitas festinhas ao M. e agradecer aos céus a saúde que temos e a rezar para que assim se mantenha. Estas doenças repentinas assustam-me... Espero e rezo também que o filhote daqueles pais se cure rapidamente e que o sofrimento da quimioterapia não seja agressivo de mais naquele corpinho miúdo. Espero que o mundo e as pessoas mandem boas vibrações para aquela família que bem precisa neste momento.